sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Álcool: O Inimigo dos dependentes

do UNIVERSO ALIMENTAÇÃO




O abuso do álcool é um problema com muitas facetas, que incluem o uso perigoso, o uso prejudicial e a dependência. O uso perigoso, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde, é “o consumo regular de álcool que traz consigo o risco de conseqüências prejudiciais”, físicas, mentais ou sociais. Inclui beber mais do que o limite recomendado pelas autoridades sanitárias ou permitido por lei. O uso prejudicial, também chamado de abuso do álcool, envolve o hábito de beber que já está provocando danos físicos ou mentais, mas que ainda não levou à dependência. A dependência tem sido descrita como “a perda do controle da abstinência de bebida”. A pessoa dependente anseia o álcool, continua a beber apesar dos diversos problemas causados por ele e sofre com a abstinência.


Tipos de Consumo


Consumo de Risco: É um padrão de consumo que pode vir a implicar dano físico ou mental se esse consumo persistir.


Consumo Nocivo: É um padrão de consumo que causa danos à saúde, quer físicos quer mentais. Não satisfaz os critérios de dependência.


Dependência: É um padrão de consumo constituído por um conjunto de aspectos clínicos e comportamentais que podem desenvolver após repetido uso de álcool, desejo intenso de consumir bebidas alcoólicas, descontrole sobre o seu uso, continuação dos consumos apesar das consequências, uma grande importância dada aos consumos em desfavor de outras atividades e obrigações, aumento da tolerância ao álcool (necessidade de quantidades crescentes da substância para atingir o efeito desejado ou uma diminuição acentuada do efeito com a utilização da mesma quantidade) e sintomas de privação quando o consumo é descontinuado.


Quais as consequências destes tipos de consumos?


O consumo de álcool contribui mais do que qualquer outro fator de risco para a ocorrência de acidentes domésticos, laborais e de condução, violência, abusos e negligência infantil, conflitos familiares, incapacidade prematura e morte. Relaciona com o surgimento e/ou desenvolvimento de numerosos problemas ou patologias agudas e crônicas de caráter físico, psicológico e social, constituindo, por isso, um importante problema de saúde pública.


Os hábitos de consumo diferem sensivelmente entre homens e mulheres, mas os homens consomem mais. No entanto, a idade de início do consumo é cada vez mais precoce e assiste-se ao aumento do consumo nos jovens e nas mulheres.


Muitos fatores contribuem para o desenvolvimento dos problemas relacionados com o álcool como sejam o desconhecimento dos limites aceitáveis quando se consome e dos riscos associados ao consumo excessivo.


Um dos benefícios de ser feita a detecção precoce é o fato de os indivíduos que não são dependentes do álcool poderem parar ou reduzir os seus consumos de álcool com adequada intervenção, a qual deverá ser feita pelo seu médico.


Verdade ou Mentira?





O Álcool não aquece – O álcool faz com que o sangue se desloque do interior do organismo para a superfície da pele, provocando sensação de calor. Mas este movimento do sangue provoca uma perda de calor interno, já que o sangue se encontra a uma temperatura que ronda os 37º e que é quase sempre superior à temperatura ambiente. Quando o sangue regressa ao coração há necessidade de o organismo despender energia no restabelecimento da sua temperatura.


O álcool não mata a Sede – A sensação de sede significa necessidade de água no organismo. As bebidas alcoólicas não satisfazem esta falta, provocando, ainda, a perda através da urina, da água que existe no organismo, o que vai aumentar a carência de água, e, portanto a sede.


O álcool não dá força – o álcool tem um efeito estimulante e anestesiante, que disfarça o cansaço provocado pelo trabalho físico ou intelectual intenso, dando a ilusão de voltarem as forças. Mas depois o cansaço se dobra, porque o organismo vai gastar ainda mais energias para "queimar" o álcool no fígado.


O álcool não ajuda a digestão e não abre o apetite – o álcool faz com que os movimentos do estômago sejam muito mais rápidos e os alimentos passem precocemente para o intestino sem estarem devidamente digeridos, dando a sensação de estômago vazio. O resultado é a falta de apetite e o aparecimento de gastrites e de úlceras.


O álcool não é um alimento – O álcool não tem valor nutritivo porque produz calorias inúteis para os músculos e não serve para o funcionamento das células. Contrariamente aos verdadeiros alimentos, ele não ajuda na edificação, construção e reconstrução do organismo.


O álcool não é um medicamento – É exatamente o contrário porque provoca apenas excitação e anestesia passageiras que podem esconder, durante algum tempo, dores ou sensação de mal-estar, acabando por ter consequências ainda mais graves.


O álcool não facilita as relações sociais – O álcool em quantidades moderadas tem um efeito desinibidor que parece facilitar a convivência. Mas trata de uma ilusão, porque nem sempre é possível controlar os consumos nesse ponto e porque a relação com os outros se torna pouco profunda e artificial.


Os maleficios do Álcool





Cérebro: Perda de células, perda da memória, depressão, comportamento agressivo


Visão, fala e coordenação prejudicadas


Câncer na garganta, na boca, na mama e no fígado


Coração: Enfraquecimento muscular, possível falência cardíaca


Fígado: Fica gorduroso, dilata e depois forma cicatrizes (cirrose)


Outros riscos: Sistema imunológico frágil, inflamação do pâncreas, úlceras


Mulheres grávidas: Risco de dar à luz bebês deformados ou com retardamento


Será que bebo demais?


Para muitas pessoas, beber um copo de uma bebida alcoólica pode constituir um momento social em que os riscos desse consumo vão depender da quantidade e da frequência com que se bebe e de algumas condições individuais, o seu estado de saúde.


Por outro lado, existem algumas situações, como a condução de veículos, em que o consumo de álcool pode ser muito perigoso para o próprio e para os outros.


Não Consuma Álcool:


- Se estiver grávida ou a amamentando;
- Se conduzir ou trabalhar com uma máquina;
- Se tomar medicamentos;
- Em situação de doença;
- Em situação de dependência alcoólica;
- Se tiver menos de 18 anos de idade.




As mulheres grávidas não devem ingerir bebidas alcoólicas porque o álcool será absorvido pelo organismo do bebê através do sistema circulatório, o que, na prática, significa que o bebê absorve o que a mãe bebe. Se a mulher grávida beber muito ou beber frequentemente, o bebê em gestação está permanentemente sob a influência do álcool. O mesmo acontece com as mulheres que amamentam.


Quais são as consequências da ingestão de álcool para o feto?


Os hábitos, o grau de dependência e a tolerância da mulher grávida face ao álcool são importantes para determinar os efeitos sobre o bebê.


As consequências podem ser muito graves, pois o álcool pode impedir o normal desenvolvimento do feto, que retardando o seu crescimento, quer provocando lesões cerebrais e malformações físicas ou orgânicas.


Além disso, os bebês podem nascer com a Síndrome de Alcoólico Fetal (SAF), isto é, subdesenvolvidos e com peso abaixo do normal.


Em casos mais graves, nascem com malformações físicas e orgânicas, sofrem de perturbações do comportamento (hiperatividade, descoordenação motora, dificuldades de aprendizagem e de linguagem), desenvolvimento emocional retardado e atraso mental.


Estes sintomas podem ser ligeiros, mas também podem ser extremamente graves e prolongarem até à idade adulta, sobretudo no que respeita às doenças mentais e do comportamento.


Devo reduzir os meus consumos ou parar totalmente de beber?


Muitas pessoas que bebem demais devem reduzir, mas outras têm mesmo que deixar de beber.


É muito importante que deixe completamente de beber, se, por exemplo:


- Tem tremores, geralmente de manhã;


- Tem problemas de saúde, como doenças do fígado ou do coração;


- Tem perdas de memória e não se recorda do que aconteceu num determinado período.


- Caso detecte qualquer destas situações, deverá deixar de beber completamente. Se tiver dificuldade em fazê-lo, deverá procurar acompanhamento médico.

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